A pergunta aqui é: Como você tem aproveitado o seu tempo?

Ter um hobby ou simplesmente aproveitar um espaço do seu dia (quem sabe o dia todo) para ser como a Anitta nesse tweet aqui depois de uma semana toda de rotina, parece quase impossível para algumas pessoas, ESPECIALMENTE se você for uma mulher.

tweet da Anitta dizendo "Gennnnnnnteeee, hoje eu fui completamente inútil ao meu país, não fiz NADA o dia inteiro hahaha"

Quando crianças, as meninas são ensinadas a brincar de casinha, “mamãe e filhinha”, e talvez professora, enquanto os meninos brincam de carrinho, de lutinha, “arminha”, futebol, bonecos de desenhos de ação, e mais um monte de outras brincadeiras que são, majoritariamente, negadas às meninas.

A discussão sobre a imposição de gênero dos passatempos infantis, e o quanto isso adoece e reprime as crianças, vai ficar para um outro momento, o que importa neste momento é: Você reparou como as brincadeiras das meninas ensaiam como deve ser a vida da mulher ideal?

É quase como um ensaio para o que viria a ser a vida adulta – tempo produtivo, útil e sempre em prol do outro. Estamos tão centradas em resolver problemas e ser multi-tarefas, que ter um tempo livre é quase um sonho. E aí, quando finalmente existe um espaço na agenda entre uma rotina e outra, ou nos sentimos culpadas por não produzir, ou temos nossos hobbies banalizados – outra discussão que talvez tenha que esperar um pouquinho mais para acontecer.

Pensamentos como “será que eu não deveria estar fazendo algo útil?”, “eu devo ter esquecido de fazer alguma coisa” ou “pra quê vou fazer isso?”, são bem comuns, acompanhado das amiguinhas “impotência” e “culpa”.

Mas aí é que tá o lance de toda a coisa, os hobbies não foram feitos para serem úteis. E na verdade, nós PRECISAMOS deles se quisermos manter nossos cérebros saudáveis.

Pode ser que ninguém, nunca tenha te ensinado a dar uma pausa, ou pode ser que o seu contexto socioeconômico não te permita fazer isso, mas eu gostaria de te fazer um convite para se ocupar de algo, mesmo que raras vezes, do qual você goste.

Permita-se viver, mesmo que nos intervalos, desenvolver ou descobrir um gosto novo, dedicar-se a algo que não necessariamente seja produtivo, mas útil para a sua saúde mental.

Experimente usar o seu tempo para ser por você.

Ana Lucia | Psicóloga psicanalista
CRP-SP: 06/184544

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